A síndrome dos ovários policísticos, também conhecida pela sigla SOP, afeta cerca de 5% a 13% das mulheres em idade reprodutiva, segundo a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP). Essa condição ocorre principalmente em mulheres de 20 a 35 anos.
Para saber mais sobre essa síndrome, os principais sintomas e a forma de tratamento, acompanhe o texto. Boa leitura!
O que é a síndrome dos ovários policísticos?
A síndrome dos ovários policísticos é uma doença que se caracteriza por alterações hormonais, cistos nos ovários e um aumento na produção de testosterona.
Quais são as causas?
Ainda não há uma causa específica conhecida para a síndrome dos ovários policísticos, porém, estima-se que o surgimento da SOP esteja associado à problemas hormonais, como a maior produção de insulina pelo pâncreas por resistência a ação deste hormônio devido ao excesso de gordura visceral.
Sintomas da síndrome dos ovários policísticos
Os sintomas da SOP costumam iniciar na puberdade e podem apresentar piora com o passar do tempo. São eles:
- Alterações menstruais: as menstruações podem ser mais espaçadas ou a mulher pode ficar meses sem menstruar;
- Obesidade;
- Infertilidade;
- Acne;
- Queda de cabelo;
- Excesso de pelos (rosto, barriga e seios).
Vale ressaltar que os sintomas podem variar de acordo com a mulher. Em alguns casos, ainda pode haver cefaleias e escurecimento da pele. Cerca de 40% das mulheres podem apresentar infertilidade, segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Diagnóstico
O diagnóstico da doença pode ser feito através de exames de ultrassom transvaginal e exames de sangue para dosagem de hormônios. O médico também avalia os sintomas apresentados pela paciente.
Para o diagnóstico, são necessários dois dos três critérios a seguir:
- Disfunção ovulatória que causa irregularidade menstrual;
- Evidência laboratorial ou clínica de hiperandrogenismo;
- A presença de mais de 10 folículos por ovário. (detectado no ultrassom).
Complicações
A síndrome dos ovários policísticos pode levar a complicações graves. Os níveis elevados de estrogênio podem aumentar o risco de hiperplasia endometrial, e com o tempo, câncer endometrial.
Outras complicações que mulheres com SOP também podem desenvolver, incluem:
- Doenças cardiovasculares, como hipertensão e aumento do colesterol;
- Esteatose hepática;
- Diabetes tipo 2;
- Diabetes Gestacional.
Tratamento
A SOP é um distúrbio hormonal que pode ser controlado e, atualmente, com um tratamento eficaz, é possível amenizar ou reverter os sintomas e ter maior qualidade de vida.
O foco do tratamento irá variar conforme os sintomas da paciente. Em casos de obesidade e sobrepeso, é necessário emagrecimento para melhorar a ação da insulina. Já em outros casos, o tratamento é voltado para o controle da produção de hormônios masculinos, o qual é feito através do uso de medicações que atuam na regulação da menstruação, na redução da produção de glândulas sebáceas e na diminuição do crescimento de pelos.
Quando há desejo de engravidar, usam-se medicações que regulam a menstruação e estimulam a ovulação.
Como a SOP pode aumentar os riscos de doenças cardiovasculares, muitas vezes, é necessário acompanhamento multidisciplinar, para prevenção dessas doenças, em casos de mulheres com SOP que apresentam:
- Histórico familiar de doenças cardiovasculares precoce;
- Tabagismo;
- Diabetes Mellitus;
- Dislipidemia;
- Hipertensão;
- Apneia do sono.
Recomendações para mulheres com a síndrome dos ovários policísticos
Além de um tratamento eficaz, há alguns hábitos que podem ajudar a evitar complicações maiores decorrentes da SOP. Confira algumas delas.
- Consulte regularmente seu médico e faça exames ginecológicos com frequência;
- Controle o seu peso e tenha uma alimentação equilibrada;
- Pratique atividades físicas regularmente.
Assim, é fundamental ir até um médico especialista assim que os sintomas da síndrome dos ovários policísticos forem percebidos. O tratamento eficaz é o melhor caminho para evitar que a síndrome progrida e para viver com saúde e qualidade de vida.
Sou a Dra Melissa Martini, especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Ofereço tratamento e acompanhamento para pessoas que buscam viver mais e melhor, elevando a saúde e o bem-estar de cada paciente.
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