Como o chocolate impacta os hormônios e metabolismo?

O chocolate, especialmente em épocas comemorativas, costuma ocupar lugar cativo nas prateleiras, nas casas e nas memórias afetivas das pessoas. Mas, por trás do sabor envolvente e da fama de “vilão da dieta”, existe um ingrediente poderoso que pode, sim, trazer benefícios à saúde: o cacau. Rico em flavonoides, compostos antioxidantes que combatem os radicais livres, o cacau também fornece magnésio, um mineral essencial para funções neuromusculares, metabolismo energético e equilíbrio hormonal. A partir disso, a ciência tem olhado com mais cuidado para os efeitos do chocolate sobre o corpo, principalmente quando consumido de forma consciente e equilibrada.

Um dos efeitos mais conhecidos e estudados é sua influência sobre o humor. Isso se deve à sua ação sobre a serotonina, o chamado “hormônio do bem-estar”. O consumo de chocolate pode promover uma sensação de prazer e conforto justamente por favorecer a liberação de serotonina no cérebro, além de conter teobromina e pequenas quantidades de cafeína, que também colaboram para esse efeito estimulante e prazeroso.

O problema surge quando o consumo vira um alívio emocional constante, sem atenção à qualidade do alimento ou à quantidade ingerida. Chocolates mais comuns, como os ao leite ou com recheios, costumam conter grandes quantidades de açúcar e gordura adicionada, o que pode contribuir para picos de glicemia. Além disso, o consumo frequente e desregulado também tem impacto no peso corporal, resistência a insulina e no metabolismo como um todo.

O que realmente prejudica a saúde é o excesso, o consumo emocional descontrolado e a escolha por versões ultraprocessadas, ricas em ingredientes inflamatórios. A ciência nutricional aponta que a quantidade segura de chocolate amargo, com maior teor de cacau, acima de 70%, gira em torno de 20 a 30 gramas por dia, o equivalente a um ou dois quadradinhos pequenos. Dentro desse limite, é possível aproveitar os benefícios antioxidantes, a melhora do humor e até o apoio à saúde cardiovascular, já que os flavonoides ajudam a reduzir a pressão arterial e melhorar a circulação sanguínea. A escolha por chocolates com menor teor de açúcar, sem aditivos artificiais e com maior proporção de cacau é essencial para garantir esses efeitos positivos.

Do ponto de vista metabólico, os açúcares simples presentes em muitos chocolates industrializados causam uma liberação rápida de insulina, o que, a longo prazo, pode desregular os mecanismos naturais de fome e saciedade. Já no caso do chocolate amargo, o teor reduzido de açúcar e o maior conteúdo de gorduras boas presentes no próprio cacau geram uma resposta metabólica mais estável, sem tantos picos glicêmicos, e com maior sensação de saciedade.

Como em tantos outros aspectos da alimentação, o equilíbrio é a chave. Chocolate não precisa ser sinônimo de culpa; pode, sim, fazer parte de uma rotina saudável, desde que acompanhado de boas escolhas e de um olhar atento às necessidades individuais do organismo.

Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), ofereço tratamento e acompanhamento para pessoas que buscam viver mais e melhor, elevando a saúde e o bem-estar de cada paciente.

Meu consultório está localizado na Avenida Vereador José Diniz, 3457, no Campo Belo Medical Center aqui em São Paulo. Agende uma consulta pelo site ou pelos números: (11) 5093-6109 | 5093-6087. Se preferir, marque um horário pelo WhatsApp: (11) 97490-7707.

Compartilhar no Facebook
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no WhatsApp
Related posts
Comments

1 comentário

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *

Postar Comentário