Reposição hormonal na menopausa: saiba como funciona

Reposição hormonal ainda é um assunto pouco abordado por especialistas no Brasil. Isso se deve, em partes, pela complexidade do assunto e pelas controvérsias sobre benefícios e riscos que esse tipo de tratamento pode trazer para a saúde da mulher. 

Para desmistificar o tema, a seguir, falo sobre a relação entre hormônios e a menopausa, como a reposição hormonal pode ser usada como forma de tratamento para os sintomas da menopausa e, por fim, trago um compilado sobre o que a ciência fala sobre as indicações e contra-indicações da reposição hormonal para mulheres na menopausa. 

Menopausa e declínio hormonal: o que você deve saber sobre o assunto

A menopausa é um processo natural decorrente do envelhecimento feminino. Ela acontece quando o corpo para de produzir hormônios reprodutores e ocorre o fim da fertilidade. Esse processo geralmente ocorre em mulheres na faixa dos 45 aos 55 anos, mas também pode ser provocado por cirurgias em que há a necessidade de remover os ovários, por doenças autoimunes ou por quimio e radioterapias.

Com a chegada da menopausa, muitas mulheres relatam desconforto, afinal, com a diminuição na produção de hormônios femininos (estrogênios) é comum que surjam sintomas como ressecamento vaginal, ondas de calor (fogachos), redução de libido, oscilações no humor, tristeza e problemas de sono. 

Além disso, quando a produção de estrogênio cessa por completo, existem efeitos a longo prazo que podem prejudicar a saúde da mulher: há um maior risco de desenvolvimento de osteoporose e enfraquecimento dos ossos e músculos, o que pode levar a mais quedas e fraturas. Há também um efeito negativo para o coração, fazendo com que essas mulheres se tornem mais vulneráveis ​​a doenças cardíacas, como o infarto.

Por se tratarem de sintomas decorrentes da baixa produção hormonal, a reposição pode ser uma opção viável para o tratamento. Entenda como a reposição hormonal pode ajudar nesses casos a seguir. 

O que é a Terapia de Reposição Hormonal

A Terapia de Reposição hormonal, como o nome sugere, tem como objetivo administrar os sintomas causados pela menopausa e prevenir o surgimento de doenças que comprometem os ossos e o coração. 

O tratamento consiste no uso de uma dose mínima de estrogênio (que pode ser ou não associado à progesterona). Ou seja, a dosagem utilizada deve ser de acordo com a necessidade individual de cada pessoa, visando apenas melhorar os sintomas indesejáveis. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, a reposição hormonal pode ser interrompida logo que os benefícios tenham sido alcançados ou quando o médico considerar que existem mais riscos do que benefícios. 

Para que o tratamento seja feito de acordo com a necessidade de cada paciente, inicialmente a paciente será avaliada um ou dois meses após o início do uso da medicação, para que o médico possa verificar a dosagem e ajustá-la, caso necessário. 

Além desse primeiro retorno, é recomendado que a mulher seja avaliada após seis meses, ao completar um ano de tratamento e depois, que faça retornos anuais. Na avaliação inicial e anual serão solicitados exames complementares como: mamografia de alta resolução, ultras­sonografia pélvica nas mulheres com útero e densitometria óssea, além dos exames de sangue, para avaliar as repercussões do uso da terapia de reposição hormonal.

Para quem é indicada a Reposição Hormonal

A avaliação do uso do tratamento de reposição hormonal deve ser feita pelo médico em conjunto com a paciente e deve levar em consideração a existência de sintomas, sua intensidade e a maneira como isso afeta a qualidade de vida da mulher.

Também é importante considerar os benefícios a longo prazo: mulheres com alto risco de apresentar complicações decorrentes do envelhecimento, como a osteoporose, se beneficiam da terapia de reposição hormonal.

Confira outros requisitos para que esse tratamento pode ser indicado: 

  • A mulher deve ter menos de 60 anos;
  • O diagnóstico de menopausa foi feito há menos de 10 anos;
  • A mulher sofre dos sintomas da menopausa.

Muitas mulheres se preocupam com os possíveis riscos do uso de hormônios após a menopausa, mas é importante enfatizar que há baixo risco em mulheres saudáveis que seguem a terapia de reposição conforme o indicado (por um curto período de tempo e logo após a perimenopausa).

Contra indicações 

A terapia de reposição hormonal não é indicada para mulheres com: 

  • Idade superior a 60 anos;
  • Menopausa diagnosticada há mais de 10.

Essas contra-indicações levam em consideração o maior risco desse grupo desenvolver doenças como: trombose, embolia pulmonar, complicações cardiovasculares (doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral). Pacientes com história familiar e/ou pessoal de câncer de mama ou útero também podem possuir contra indicações.

Resumindo: a decisão deve ser feita em conjunto com um especialista capaz de avaliar os riscos e benefícios individuais do tratamento para cada paciente. Dessa maneira é possível promover melhores condições para que a mulher consiga atravessar com qualidade de vida a transição da menopausa. 

Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), ofereço tratamento e acompanhamento para pessoas que buscam viver mais e melhor, elevando a saúde e o bem-estar de cada paciente. 

Meu consultório está localizado na Avenida Vereador José Diniz, 3457, no Campo Belo Medical Center aqui em São Paulo. Agende uma consulta pelo site ou pelos números: (11) 5093-6109 | 5093-6087. Se preferir, marque um horário pelo WhatsApp (11) 97490-7707.

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