A monitorização regular da glicose desempenha um papel fundamental no gerenciamento eficaz do Diabetes. Como dizem por aí: “Diabetes não se sente, se mede”! Ao longo dos anos, houve um avanço muito grande neste acompanhamento, desde fitas de teste na urina a medições de glicose no líquido intersticial (região entre os capilares sanguíneos).
A seguir, alguns tipos de monitorização:
1. Medidores de Glicose Tradicionais
Os medidores de glicose tradicionais (glicosímetros) envolvem a coleta de uma pequena amostra de sangue, obtida por meio de uma picada no dedo e leitura feita por uma fita teste. Embora essa seja uma abordagem amplamente utilizada, muitas pessoas consideram incômoda a necessidade de picadas frequentes para uma boa monitorização.
Esse método é mais barato, mas há alguns inconvenientes como a necessidade de múltiplas picadas, alguns glicosímetros são de pior qualidade e, além disso, eles não mostram tendências de risco de hipoglicemias.
Ainda poucos pacientes são aderentes na verificação de sua glicose antes e após todas as refeições e isso pode mascarar hiperglicemias pós prandiais e limitar os ajustes dietéticos e medicamentosos.
2. Medidores Contínuos de Glicose (CGMs)
O medidor contínuo de glicose consiste em um sensor implantado na pele, que mede os níveis de glicose no fluido intersticial, e um transmissor que envia esses dados para um receptor como a bomba de insulina. Uma das vantagens mais significativas dos CGMs é a eliminação da necessidade de picadas frequentes no dedo, o que torna o processo de monitorização mais conveniente e menos doloroso. Além disso, revolucionaram as medições de glicose acoplados a bomba de insulina por fornecerem a glicemia em tempo real e sinais de alerta tanto de hiper como de hipoglicemias. Estás vantagens motivam o paciente a tomar decisões mais rápidas e, assim, contribuem para o paciente ficar mais tempo na meta de glicose, sem grandes variações. Com a ajuda do CGM, a bomba de insulina também pode desligar, se risco de hipoglicemia, e religar automaticamente quando passa este risco. O CGM também trabalha junto aos algoritmos, em bombas mais modernas, para evitar hiperglicemias residuais.
3. Sensores Flash de Glicose
Os sensores flash de glicose são uma alternativa aos CGMs. Eles também utilizam um sensor subcutâneo, mas, em vez de fornecer leituras contínuas, exigem que o usuário escaneie o sensor com um leitor de glicose para obter as informações. Esses sensores são discretos e convenientes e bem mais baratos e fáceis de manejar que os sensores acoplados à bomba de insulina.
Hoje, no Brasil, o sistema Free Style Libre 1 é o mais usado e cada vez mais difundido nos consultórios médicos. Ele é obrigatório para um ótimo controle em pacientes com Diabetes tipo 1 que não usam bomba de insulina e recomendado em pacientes com Diabetes tipo 2.
Vantagens deste tipo de monitorização:
Em Diabetes tipo 2:
- Oferece um rastreamento de hiperglicemias após as refeições para melhor ajuste dietético e medicamentoso;
- Serve como educação para o paciente sobre como os alimentos podem interferir nas glicemias;
- Múltiplas medições sem dor com o próprio celular do paciente (ou um leitor se não estiver com o celular);
- Estima a hemoglobina glicada sem a necessidade de coleta em laboratório.
Em Diabetes tipo 1:
As mesmas vantagens acima e mais a seguir:
- Mede a glicose em tempo real com setas de tendência para o paciente tomar decisões sobre insulinas e refeições;
- Traz um contato maior com seu médico para intervenções mais precoces na insulinização pois os gráficos de glicemia são vistos on line sem a necessidade de o paciente estar presente no consultório;
- É possível detectar hipoglicemias assintomáticas e monitorar a madrugada;
- É uma ferramenta super útil para a contagem de carboidratos;
- Ajuda a melhorar a qualidade de vida destes pacientes;
- Possui gráficos AGP para cálculos do tempo na meta que hoje é a maior premissa de bom controle do diabetes.
- O Libre 2 Plus está para chegar no Brasil e vem como inovações e vantagens sobre o Libre 1:
- Maior precisão;
- Duração de 15 dias (versus 14 dias no libre 1);
- Pode ser usado em crianças a partir de 2 anos (versus 4 anos no libre 1);
- Alarmes para hipoglicemias e hiperglicemias;
- Não precisará de escaneamento. Os dados vão diretamente para o celular do paciente, desde que este esteja perto dele.
4. Sensores de Glicose Não Invasivos
Esses sensores buscam eliminar a necessidade de punções no dedo ou dispositivos subcutâneos, tornando o processo de monitorização menos desconfortável e mais acessível. No entanto, esses dispositivos ainda estão em fase de pesquisa e desenvolvimento e podem levar algum tempo até estarem amplamente disponíveis. Portanto, relógios que escaneiam a glicose, propagandeados na internet, não têm acurácia, não foram liberados por órgãos regulatórios e não servem para nortear tomadas de decisões no tratamento do diabetes.
É importante ressaltar que a escolha da monitorização mais adequada depende das preferências individuais, do estilo de vida e das necessidades médicas. Consultar um profissional de saúde, como um endocrinologista, é fundamental para determinar qual opção é a mais apropriada.
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Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), ofereço tratamento e acompanhamento para pessoas que buscam viver mais e melhor, elevando a saúde e o bem-estar de cada paciente.
Meu consultório está localizado na Avenida Vereador José Diniz, 3457, no Campo Belo Medical Center aqui em São Paulo. Agende uma consulta pelo site ou pelos números: (11) 5093-6109 | 5093-6087. Se preferir, marque um horário pelo WhatsApp (11) 97490-7707.