Qual o maior impacto no tratamento do Diabetes? Tratar a obesidade! Tudo sobre as novas medicações lançadas e as que estão por vir.

Já sabemos que a principal causa do Diabetes tipo 2 é o acúmulo de gordura visceral que vai se formando conforme se ganha peso ao longo dos anos. E como isso acontece?

Primeiramente, depositamos gordura em região do subcutâneo, uma capa de gordura ao redor do corpo. Essa gordura é neutra e não causa problemas metabólicos. Mas, temos um tamanho de estoque pré determinado pela nossa genética. Há pessoas que tem um estoque maior (principalmente nas coxas) e há pessoas que tem um estoque menor e logo formam gordura em vísceras. Essa gordura visceral vai aumentando progressivamente e tornando o abdome cada vez mais avantajado. Essa é a condição que leva a resistência à ação da insulina e que culmina em diabetes.

Assim, o tratamento principal do Diabetes tipo 2 é perder peso, principalmente a gordura abdominal.

Nova era do tratamento do Diabetes

A partir da descoberta dos hormônios intestinais e da sua ação na perda de peso, melhora da proteção do coração, rins, vasos sanguíneos (do coração e do cérebro) e da função pancreática, foi possível tratar não só a hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue) e melhorar o diabetes, mas reverter a causa do diabetes e ainda proteger os órgãos mais agredidos pela doença crônica. Uma revolução no tratamento!

Por que um remédio desenvolvido para diabetes promove perda de peso?

Quem tem Diabetes tipo 2 possui uma disfunção na secreção de hormônios intestinais. Assim, essas pessoas também têm hiperglicemia por esta via hormonal que vem do intestino. Foi para isso que foram estudadas estas medicações.

Mas os hormônios intestinais não têm receptores somente no pâncreas, eles agem em vários locais como no cérebro (principalmente nas regiões de fome e saciedade do hipotálamo), na modulação da flora intestinal, no coração, rins, gordura visceral e trato gastrointestinal.
Eles promovem emagrecimento por 2 vias básicas: pela saciedade por retardo do esvaziamento gástrico e pela redução da fome hedônica (comer emocional) por ação no hipotálamo.

Assim, levam a perda de peso por redução da ingestão de calorias.

Primeiros Análogos de Hormônios Intestinais

As primeiras medicações desenvolvidas para imitar os hormônios intestinais foram os análogos do GLP1.

Primeiro veio o Exezenatida, pouco usado, depois a Liraglutida de uso diário e após a Semaglutida, de posologia mais confortável, injetável semanal ou de uso oral diário.

Com a melhora importante de pacientes com diabetes e a redução significativa da perda de peso, vieram novos estudos e novas drogas mais potentes. Essas medicações são eficazes, também, na promoção de saúde por levar a proteção de doenças cardiovasculares como o infarto e o derrame que são as complicações mais comuns em pacientes com sobrepeso (com ou sem diabetes).

Drogas lançadas nos EUA que chegarão no Brasil ano que vem

Após o advento dos análogos do GLP1, outra molécula muito estudada foi hormônio intestinal, o GIP.

A Tirzepatida é um co-agonista de dois receptores intestinais: o GLP1 e o GIP. Assim, ela tem uma potência ainda maior na melhoria do diabetes e na perda de peso.

Essa medicação chegará para concorrer com a Semaglutida na dose de 2,4mg, lançada para o tratamento de Obesidade (mesmo sem diabetes) que já foi liberada pela ANVISA este ano e que chega no Brasil em 2024.
A concorrência, por laboratórios diferentes, pode levar a um preço melhor futuramente.

Drogas mais modernas já em estudos a serem lançadas nos próximos anos

Efinopegdutida e survodutida: Co- agonistas de GLP1 e Glucagon. O glucagon tem efeito catabólico na gordura e traz saciedade através da ação em receptores no cérebro.

Retratutida: Tri-agonista (GLP1, GIP e Glucagon) injetável em subcutâneo semanal. Os estudos mostram que 93% dos pacientes perderam >10% do peso, 83% perderam >15% de peso e 26% perderam >30% do peso. Além disso, 82,4% dos pacientes do estudo perderam gordura no fígado.

Também estão estudando doses orais maiores que as atuais de Semaglutida especificamente para tratamento de obesidade e um outro laboratório concorrente também estuda moléculas orais que não necessitam de jejum para serem absorvidas pelo estômago.

Nós, endocrinologistas, agradecemos aos esforços dos pesquisadores e aos avanços nos ensaios clínicos e pesquisas nessa área pelo maior arsenal para o tratamento de doenças crônicas tão comuns e que limitam a longevidade como o diabetes e a obesidade. Que cada vez mais as pessoas com estas doenças possam ter acesso a medicações mais modernas, eficazes e seguras.

Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), ofereço tratamento e acompanhamento para pessoas que buscam viver mais e melhor, elevando a saúde e o bem-estar de cada paciente.

Meu consultório está localizado na Avenida Vereador José Diniz, 3457, no Campo Belo Medical Center aqui em São Paulo. Agende uma consulta pelo site ou pelos números: (11) 5093-6109 | 5093-6087. Se preferir, marque um horário pelo WhatsApp: (11) 97490-7707.

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