O diabetes, condição metabólica caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue, é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo. No entanto, uma estatística alarmante, obtida em uma pesquisa do Atlas de Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), revela que 7 em cada 10 pacientes só descobrem que têm diabetes após desenvolverem complicações significativas. Este dado é preocupante, pois evidencia a necessidade urgente de maior conscientização e diagnóstico precoce para evitar as graves consequências associadas à doença.
A doença pode ser classificada principalmente em dois tipos: diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2. O diabetes tipo 1 é uma condição autoimune em que o corpo destrói as células produtoras de insulina no pâncreas, enquanto a diabetes tipo 2 é geralmente associada ao sobrepeso e ocorre quando o corpo se torna resistente à insulina. Geralmente o diabetes tipo 1 se apresenta de forma aguda, com o paciente já muito sintomático ao diagnóstico (perda de peso, sede e desidratação importante), assim seu diagnóstico não demora muito mais que poucos dias. Já o diabetes tipo 2, apresenta-se de forma insidiosa e, portanto, os pacientes podem tolerar os poucos sintomas iniciais por alguns anos.
As complicações decorrentes do diabetes não diagnosticado ou mal controlado são diversas e podem afetar múltiplos sistemas do corpo. Entre as principais complicações estão:
1. Neuropatia diabética: danos aos nervos que podem causar dor, formigamento ou perda de sensibilidade, especialmente nos pés.
2. Nefropatia diabética: comprometimento dos rins que pode levar à insuficiência renal.
3. Retinopatia diabética: problemas na visão que podem progredir para cegueira.
4. Doenças cardiovasculares: o diabetes aumenta significativamente o risco de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais.
5. Pé diabético: feridas nos pés que podem evoluir para infecções graves e, em casos extremos, resultar em amputações.
Diagnóstico tardio: causas e consequências
O fato de 70% dos pacientes, com diabetes tipo 2, só descobrirem o diabetes após complicações indica falhas significativas em múltiplas frentes do sistema de saúde e na conscientização pública. Algumas das principais causas deste diagnóstico tardio são os sintomas silenciosos, a falta de campanhas públicas em saúde, o acesso limitado a cuidados de saúde e a negligência com exames de rotina.
A combinação de educação, exames de rotina e acesso adequado aos cuidados de saúde pode reduzir significativamente essa estatística, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e reduzindo os custos associados ao tratamento de complicações graves. A prevenção e o diagnóstico precoce são as chaves para combater a epidemia silenciosa do diabetes.
No paciente de consultório particular, que tem acesso a exames de rotina, o maior investimento é feito na educação deste durante as suas consultas.
O médico, em consulta, deve orientar sobre prevenção, não banalizar o diagnóstico de pré diabetes ( sim, este já é uma doença e precisa ser cuidado e tratado), promover ajustes na alimentação e no estilo de vida. Com um ótimo acompanhamento, exames e consultas rotineiras e rastreamento de antecedentes familiares, pessoais e riscos cardiovasculares, é possível prevenir o diabetes tipo 2, trata-lo e até mesmo revertê-lo. Só assim é possível trazer saúde e longevidade para este paciente.
Especialista em Endocrinologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), ofereço tratamento e acompanhamento para pessoas que buscam viver mais e melhor, elevando a saúde e o bem-estar de cada paciente.
Meu consultório está localizado na Avenida Vereador José Diniz, 3457, no Campo Belo Medical Center aqui em São Paulo. Agende uma consulta pelo site ou pelos números: (11) 5093-6109 | 5093-6087. Se preferir, marque um horário pelo WhatsApp: (11) 97490-7707.
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